Rivera / República Oriental del Uruguay    -    Santana do Livramento / Brasil

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HISTORIA DE SANT'ANA DO LIVRAMENTO

A FRONTEIRA RIVERA-LIVRAMENTO

Texto extraído do álbum que comemora os cem anos da criação de Rivera em 1962

Por O.M. BOLIVAR

O jornalista Indú Khushwant Sinch, ilustre membro da UNESCO ao referir-se a esta fronteira afirmava: "Nunca vi  coisa igual no mundo pois todas as fronteiras que conheço estão guardadas por baionetas, arames farpados, etc. O que está, por tanto longe de fomentar a amizade que é vista aquí".

Deixou-nos  como  lembrança estas significativas palavras que se encontram no pórtico do palácio de Delhi: "Se na terra houvese um céu, éste céu seria aqui, aqui, aqui..."

O espanhol Antonio Gamarra, disse: "La UNESCO lucha por la Riverización y el Livramento del mundo."

Os russos revelaram assombro mas nada disseram.

E esta fronteira que foi campo de tantas batalhas, regadas com o  sangue  generoso de seus  filhos hoje dá um grandioso exemplo de fraternidade ao mundo desnorteado e trémulo de medo.

O obelisco geodésico, pretendendo nos dividir, nada mais é do que um dedo apontando o infinito:lá se encontram as estrelas e os astros rolando no eterno movimento.E nós aqui nos encontramos seguindo o rumo desse dedo que aponta para a eternidade e a harmonia infinita.  E êsse rumo nós, gratuitamente, risonhos e felizes, oferece-mo-lo  aos  homens que ainda nao aprenderam a viver a humanidade.

Se os homens das bombas atômicas, dos grandes exércitos amendrontados e cheios de armas que  atestam a covardia e o terror, vissem de perto  a  nossa  maneira de viver teriam, por certo, novos sonhos de esperanças e transformariam, a vida que tanto lhes amedronta, numa cousa melhor e mais digna de um homem que pensa.

Contrabandeamos  uruguaias   para  cá  e brasileiros para lá, ou viceversa;  votamos lá e votamos cá; vivemos,  enfim,  num  grande  lar. Somos um mundo á parte e sentimo-nos superiores. A nossa pretensa linha divisória é um jardim florido onde os namorados se encontram e tecem romances, esquecidos  do que vai pelo mundo. As criânças em cirandas álacres se perdem no esquecimento de si mesmas e cantam e brincam.

¿Qual a brasileira, qual a uruguaia?...Em nossas festas pátrias os soldados de ambos os paises,desconhecendo fronteiras, formam em ambas as cidades e prestam as mesmas  homenagens  aos heróis de nossas Pátrias.

Além, mais além, está o mundo que ainda nao nos conhece!

Além, mais além, ainda existem homens que choram temerosos!

Além, mais além, existem lares destruidos pela sanha do homem e filhos que perambulam abandonados.

E a dor, a grande dor, o carro maldito continua esperando pelos póvos egoistas e maus;  por  aqueles que esquecem que somos todos irmaos e sonhamos pela mesma paz e felicidade!

¡Santana do Livramento e Rivera, minha terra querida, que o mundo volva seus olhos para ti e colha o teu salutar exemplo!

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SANTANA DO LIVRAMENTO

Pasado, Presente e Futuro

por Ivo Caggiani - 1962

POVOAMENTO

As condições de nossa formação, processada em períodos de guerras, quando  as  instáveis fronteiras da Provincia eram defendidas com as pontas das lancas, as patas dos cavalos e o  gume das espadas, em combates de peito a peito,de ombro a ombro, de pupila a pupila, não permitiam a fixação definitiva dos pioneiros e dos desbravadores.Daí a dificuldade de precisar com exatidão, com justeza, a data em que foi iniciado o povoamento de uma grande parte do Rio Grande do Sul. E Santana do Livramento  é um desses exemplos.

O território  onde  está   encravado o municipio, esteve completamente deserto alguns anos depois da conquista de 1801. Entretanto, doi só em 1814 que o governo preocupado com a política de consolidação  de posse do território da então fronteira do Río Pardo, concedeu inúmeras sesmarias aos que, pode-se afirmar, foram os verdadeiros povoadores desta zona fronteiriça, São eles: Antonio José de Menezes, Antonio Caetano da Silva, Antonio Ignacio, Belarmino Coelho da Silva, Antonio Alves Correa, Carlos José da Costa, Caetano Lopes Ferreira, Custódio Teixeira Pinto, Antonio Pinto de Azambuja, Filisbina Eulalia Moreira, Felipe Castanho de Araújo, Francisco Luiz Magalhães, Francisco Antonio da Fonseca, Francisco da Costa Maia, Isabel Fernandes, José Francisco de Amorím, José dos Santos Jardím de Menezes, José Caetano Carvalho e Souza, Marechal José de Abreu, José de Castro Canto, José Silveira, José Caetano de Souza Filho, Joaquím José da Silva, Joaquím Pedro Salgado, Joaquim Francisco Ilha, Maria Filibina Eulalia Pereira, Maria José Nunes, Manoel Thomaz do Nacimento, Manoel Joaquim Asunsão, Pedro José de Almeida, Salvador Lopes de Vargas, Manoel Alves Coelho de Moraes, João da Costa Leite e Marcos Goulart Pinto.

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FUNDAÇÃO DA CIDADE        por Ivo Caggiani - 1962

A absoluta falta de recurso espirituais, levou aos moradores do então Distrito de Alegrete, Fronteira do Rio Pardo, imediações de São Diogo, a pleitear a licença para a ereção de uma Capela, onde pudessem congregar-se para os oficios sacros. A 16 de março de 1822, por previsão do Vigário Geral da Provincia de São Pedro do Rio Grande do Sul. Antonio Vieira da Saledade, foi concedida a licença pleiteada.

Entretanto, os fazendeiros procuraram de todas as formas afastar a povoação de suas estancias e a Capela não pode ser construida. Um ano depois, a 23 de maio de 1823, Antonio José Menezes, fazendeiro de grandes posses e mais alguns moradores do distrito, rquereram, desta vez ao govêrno da Província, uma licença para a construção da Capela sob a invocação de Nossa Senhora do Livramento bem como da competente povoação. O terreno oferecido por Antonio José de Menezes em sua fazenda, porém não oferecia condições para o fim a que se destinava. Finalmente foi encontrado, nos campos de José Pinheiro de Novilhar, o local próprio para colocar a Capela e edificar o povoado que com o correr dos anos se transformaria na progresista cidade de nossos dias.

Antonio José de Menezes comprometeu-se a adquirir do propietário a extensão de meia legua em quadro, caso fosse concedida a licença pleiteada, o que verificou-se pouco mais tarde. Um mes após, a 28 de julho, foi dado o despacho ao requerimento de Antonio José de Menezes, nos seguintes têrmos:"Vista a informação a que êste Govêrno mandara proceder por despacho de 21 de maio do corrente ano, seja decididamente edificad a Capela em capos designados na mencionada informação, isto é nos campos de José Pinheiro de Novilhar, ficando para tal fim e completa execução deste despacho sem efeito outro quaesquer, concernentes a este objeto, que le hajam precedido."

Faltava entretanto a licença eclesiástica, que veio dois dias depois a 30 de julho de 1823, data em que se comemora a fundação oficial da cidade.

Santana do Livramento, então Nossa Senhora do Livramento, fundada por Antonio José de Menezes, nasceu sob o signo da estancia, tendo sua origem legítima baseada na economia pastorial e sua vida, como a da maioria dos núcleos urbanos do Brasil, começou sob os braços da Cruz.

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CAPELA CURADA              por Ivo Caggiani - 1962

A construção da Capela de Nossa Snhora do Livramento, filial da Matriz de Alegrete e pertencente ao municipio de Cachoeira, teve lugar no ano de 1823. Pouco depois de sua conclusão foi pedida a elevação a Curato, o que foi concedido por provisão passada a 22 de março de 1824, pelo Vigário Geral efetivo Antonio Vieira da Soledade. Foi nomeada nessa ocasião o primeiro paroco, o cura Frei Bernardo das Dores, carmelita descalço.

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ACAMPAMENTO DA IMPERIAL CAROLINA       por Ivo Caggiani - 1962

Após os desastres de Rincon e Sarandí (24 de Setembro e 12 de Outubro de 1852) nossos soldados forma obrigados a recuar as fronteiras, ante a força de uma nova pátria que se formava.

Em substituição ao governador das Armas da Provincia do Rio Grande do Sul, marechal José de Abreu, que foi demitido, o governo do Império nomeou ao brigadeiro Francisco de Paula Massena Rosado.

Entretanto no exercício de suas funções a 3 de fevereiro de 1826, o novo governador estabeleceu duas brigadas ligeiras em Quarai e Jaguarão, recolhendo assim o cordão que seu antecessor havia adotado para guarnecer as fronteiras, e escolheu Nossa Senhora do Livramento para a concentração do exército.

Semelhante atitude foi com acerto criticada, pois além de deixar a extensa fronteira completamente desguarnecida a nacente povoação não oferecia condições para tal fim. O terreno era pedregoso e as comunicações com o resto da provincia eram difíceis, quase impossíveis.

As tropas concentraram-se em um recinto montuoso, banhado apenas em suas orlas, por pequenos regatos afluentes do Ibicuí. O acampamento estava sob rigorosa disciplina militar, nesta localidade que, em pouco tempo ficou saturada de elementos insalubres. As privações das forças militares aumentaram e, principalmente, os soldados vindos de outras províncias foram acometidos de graves epidemias.

A êsse respeito disse o Gal. Osório em 1877, quando advogava no senado brasileiro, a grande conveniência da construção de uma estrada de ferro a fronteira do Rio Grande do Sul: Quando se preparou um Exército em Santana do Livramento para invadir o território inimigo, esse exército enterrou alí mais de setecentos soldados mortos, quase a fome, em estado deplorável, sem medicamentos sem hospitais: tudo era miséria. Eu vi muitas vezes, quando se retiravam os batalhões do exército, deixarem nas linhas das manobras, soldados como se estivessem mortos no campo de batalha, tendo caído em seus postos, semi-vivos, extenuados de fome. Eles não tinham um pouco de farinha, nem sal. O seu sustento diário era duas libras de carne assada. E estavamos senhores do nosso território.

Finalmente o governador das Armas foi substituido pelo general Felisberto Caldeira Brandt Pontes. Visconde de Barbacena, que assumiu o comando do Exército Imperial em operações no sul, a 1° de janeiro de 1827. Poucos dias depois, a 13 do mesmo mes, o acampamento da Imperial Carolina foi abandonado e as tropas seguiram, em medio de grande entusiasmo para Bagé. Foram êsses mesmos soldados que a 20 de fevereiro enfrentaram o inimigo no combate de Ituizangó...

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REVOLUÇÃO FARROUPILHA            por Ivo Caggiani - 1962

A paz com a Argentina, firmada em 1828 veio apenas proporcionar ligeiros momentos de trégua internacional, já que a ordem interna vivia constantemente abalada pela luta dos partidos e pelo ardor nacionalista dos brasileiros. A ideia republicana de há muito ganhava terreno no Rio Grande onde o ánimo provincial vinha sendo exaltado pela falta de habilidade do govêrno do Império.

Havia um anseio geral pela autonomia administrativa e grande repugnancia pelos governos impostos pelo centro. As dificuldades sociais, a péssima instrução, a carestia da vida, tudo cooperava para o incendio de descontentamento que haveria de geral a revolta.

A centelha rubra dos atritos armados andava acesa não só cérebro dos principais chefes nilitares mas no espírito do povo, criado sob as armas e acostumado ao influxo turbilhonante das sediçõess militares.

E a insurreição tomou formas e desencadeou-se através um largo periodo de dez anos, trepidantes, manchados de sangre, de heroísmo, de desprendimento e de abnegações redentoras.

Durante o desenrolar da revolução Farroupilha, Santana ficou estacionária. Poucos foram os acontecimentos que tiveram palco o território de municipio, salientando-se apenas a ocupação da povoação pelo Merechal Caxias em 1843 e o duelo entre o presidente da República Riograndense Gal. Bento Gonçalves da Silva e o Cel. Onofre Pires.

Finda a contenda David Canabarro que ocupava lugar proeminente nas forças republicanas, recebeu o comando superior da Guardia Nacional do Municipio de Alegrete e o da fronteira denominada Quarái, num circuito maior de oitocentos quilometros lineares.

Propietário e abastado abastado fazendeiro en Santana do Livramento, Canabarro aquí fixou seu Quartel General, conseguindo do govêrno a conservação de um ou dois corpos, guarnecendo a povoação, que tinha esse meio eficaz para aumentar e desenvolver o seu comércio

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CAMPANHA DE 1851          por Ivo Caggiani - 1962

Em 1851 o Brasil assinou convenios com o Uruguai e as provincias argentinas de Entre-Rios e Corrientes, revoltadas contra Buenos Aires. En virtude desse tratado foi organizado o "EXERCITO LIBERTADOR", sob o comando de Caxias.

Tomando posse do cargo a 30 de junho, Caxias tratou de reunir, com rapidez, a Guarda Nacional, apelando para todos os chefes riograndenses através de oficios e cartas, cujas cópias infelizmente não foram arquivadas.

Como em 1826, o ponto escolhido para a concentração do grosso do exército foi Santana do Livramento. Caxias chegou a Santana no dia 10 de agosto, acompanhado pelo segundo regimento de Cavalaria, alojando-se com o seu estado maior em uma casa da praça principal que tomou o nome de "Praça de Caxias" ( hoje Gal Osório ). As fôrças que o acompanhavam foram acampar mais ao sul as margens do arroio Cuñapirú.

A Concentração em Santana do Livramento durou até 4 de setembro, quando o Exército Libertador penetrou em território oriental. A força somava 16.200 homens, sendo 6.500 de infanteria, 8.900 de cavalaria e 800 de artilharia com 23 bocas de fogo.

Caxias, ao pisar em território oriental dirigiu uma procalamação aos seus comandados, onde se lêem as seguintes exortações: "Não tendes no Estado Oriental outros inimigos senão os soldados do General D. Manuel Oribe e êstes mesmos enquanto , iludidos, empunham armas contra os interesses de sua pátria. Desarmados ou vencidos, são americanos, são nossos irmãos e como tais os deveis tratar. A verdadera bravura do soldádo é nobre, generosa e respeitadora dos princípios de humanidade. A propiedade de quem quer que seja, nacional, estrangeira, amiga ou inimiga, é inviolável e sagrada, e deve ser tão religiosamente respeitada pelo soldado do Éxercito imperial como a sua própia honra. O que por desgraça, a violar, será considerado indigno de pertencer as fileiras do Éxercito, assasino da honra e da reputação nacional e como tal severa e inexoravelmente punido"

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LIMITES             por Ivo Caggiani - 1962

Em abril de 1856 reuniram-se em Santana do Livramento os Comissários do Império do Brasil e da República Oriental do Uruguai, Marechal do Éxercito Barão de Caçapava e Coronel de Engenheiros Dom José María Reyes, com o fim de renovar as conferencias da linha fronteiriça. De acordo com o tratado de 1851 muitas propiedades de brasileiros ficariam do outro lado da linha a ser traçada. Foi proposta então pelo representante brasileiro uma permuta ou aqisição de terreno onde estavam essas propiedades, por outro, mais adiante, conhecido pelo nome de Rincão de Artigas, onde haviam muitos uruguaios estabelecidos. Era uma troca lógica. Evitava-se que uruguios ficassem dentro do território brasileiro e que brasileiros tivessem suas propiedades em território uruguaio.

Aos 4 de setembro e 31 de outubro do ano seguinte foram celebrados acordos entre o Brasil e Uruguai, para regular a Linha Divisória demarcada no ponto em que corta as dependencias de Santana e Rivera. Não tendo, porém, sido aprovado êsse tratado pelas Comarcas da República Oriental do Uruguai, foi, em consequência, denunciado pelo governo do Brasil, a 1° de Fevereiro de 1861, voltando a questão ao "estato-quo" anterior a demarcação.

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ELEVAÇÃO A VILA           por Ivo Caggiani - 1962

A lei provincial N°351, de 10 de fevereiro de 1857, veio elevar a Freguezia de Santana do Livramento a categoria de Vila, desmembrando o novo municipio do de Alegrete. Santana do Livramento recebeu a noticia entre grandes manifestações de regosijo, festejando com paseatas populares, estrugir de foguetes e discursos.

Poucos dias depois, a 12 de maio, teve lugar a eleição para a escolha dos vereadores que haveriam de constituir a primeira Camara Municipal. Após a eleição foi a Camara solenemente instalada no dia 29 de junho de 1857, pelo cidadão Mathias Teixeira de Almeida, presidente da Camara de Alegrete. Nessa oportunidade tomaram posse os seguintes vereadores: Francisco Maciel de Oliveira, Firmino Cavalheiro de Oliveira, Domingos Gomes Martins, Antonio Soares Coelho, Israel Rodrigues do Amaral, Bernardino Gonzaga de Souza e Francisco de Paula Pereira de Berros.

As camaras municipais, constituidas pelo voto e administrado normalmente, sucederam-se, pouco realizando materialmente a bem do engrandecimento coletivo, em virtude dos poucos recursos financeiros, provenientes de arrecadação de impostos e dos auxilios do governo. Ressalta entretanto, da documentação da época, o aprumo, a moralidade e o empenho de bem servir dos varios membros com que se honraram essas corporações publicas.

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IMPRENSA          por Ivo Caggiani - 1962

Cidade de fronteira, Santana do Livramento onde muitas vezes e por muitos anos palpitou o coração da Pátria, cenário que foi de grandes e graves acontecimentos nos quais com sacrificio de centenas de milhares de vidas, a causa brasileira foi defendida com arrojo, com heroismo e com bravura, não oferecía oportunidade para as manifestações do espírito.

Enquanto nossos irmãos de outras plagas cuidavam de aprimorar sua cultura e davam valiosa contribuição as letras, nós de arma em ristre, nos acampamentos provisórios, dormindo sôbre a neve das geadas, ou ouvindo toques de clarins, tinir de espadas, silbos de balas e gritos de raiva e de dor nos entreveros, defendiamos a integridade nacional sempre ameaçada, pois a fatalidade geográfica nos confiou a missão que exercemos com orgulho de "Sentinela avançada do Brasil".

Somente depois da elevação de Santana do Livramento a categoria de Vila, cerca de cuatro décadas após a fundação, é que teve início, entre nós o movimento cultural.

Instalaram-se aulas públicas e tratou-se da construção de um teatro, magnífica obra arquitetônica que em nome do progresso foi há poucos anos criminosamente demolida.

Foi nesse ambiente, quando Santana do Livramento começava a ser, que teve lugar o advento da imprenssa.

O primeiro Jornal que apareceu a luz da publicidade foi o "CORREIO DO SUL" em 1860. Orgão noticioso e de interesses gerais teve, como era de esperar, a sorte de toda a inovação, um rosário indescritível de altos e baixos e uma vida efêmera. Uma máquina impressora de origem francesa, vinda de contrabando pelo Uruguai e poucas caixas de tipos, constituiam o parque gráfico desse verdadeiro desbravador, que marcou o início do jornalismo santanense. Depos dele surgiram até nossos dias uma centena de jornais, que representam um século de atividades,de labor intenso despendido por homens que tudo fizeram por nossa terra em um dos mais arduos e difíceis setores da atividade humana, acumulando um acêrvo grandioso que representa uma parcela nobilitante do altruismo, do despreendimento e do patritismo que carateriza o povo de Santana do Livramento.

A imprensa santanense que teve seus dias de terror e seus dias de glória deixou no clarão cintilante de sua trajetória mais viva e mais sublime a luz que difundiu e a fé que concretou.

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DOM PEDRO II VISITA SANTANA          por Ivo Caggiani - 1962

A 11 de outubro de 1865, vindo de Uruguaiana, que acabava de ser retomada dos paraguaios, chegou a esta localidade o Imperador Dom Pedro II, sendo alvo dos mais calorosos aplausos e das mais elevadas distinções.

Santana do Livramento que enfeitaria suas ruas, recebeu ao sábio monarca com o estrugir de centenas de foguetes, mostrando com alegres fisionomias o quanto admiravam a quem tinha a glória de ser soberano de todos os brasileiros.

Apesar de sua rápida visita D.Pedro teve oportunidade de percorrer a vila, visitar escolas, teatros, etc.

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JOSÉ HERNANDEZ

Saindo da Argentina, logo após a derrota do general Lopez Jordan, em janeiro de 1871, José Hernandez veio terminar sua longa jornada em Santana do Livramento, onde deveria permanecer por algum tempo.

Aqui chegando encontrou seu companheiro e amigo Juan Pirán, que havia abandonado o país pela cumplicidade no trágico episódio em que pereceu o general Urquiza. Livramento era, nessa época, o refugio seguro de grande número de emigrados políticos que fugian após a derrota da revolução argentina.

O conhecido homem de letras, quando de sua estadia em Santana do Livramento, habitou um prédio que existe ainda hoje e que conserva as mesmas caraterísticas, localizado na esquina das ruas Rivadávia Correa e Uruguai.

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EL VIEJO PANCHO

Santana do Livramento também teve a honra de hospedar a José Alonso y Trelles, el "Viejo Pancho", que ocupa sitial preponderante na poesia gauchesca do Uruguai, à que infundiu "um novo e vigorizante alento".

Nascido a 7 de maio de 1857, na Vila de Rivadeo, provincia de Lugo, na Espanha, Alonso y Trelles antes de consorciar-se com a Srta, Dolores Ricetto, residiu em Santana do Livramento, sendo sócio da Sociedade Española de 1881 a 1884.

Aqui o poeta que logo falava e escrevia corretamente o português, trabalhou como guarda-livros e conseguiu formar vasto circulo de amigos, entre os quais figurava o líder maragato Rafael Cabeda.

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FLORENCIO SANCHEZ

Além de José Hernandez e José Alonso y Trelles, vultos exponenciais da poesia gauchesca da America, Santana do Livramento serviu de asilo a Florencio Sanchez, criador do Teatro Rioplatense.

Lá pelos idos de 1897, sob o látego das violentas querelas partidárias no Uruguai, Florencio Sanchez buscou homisio nesta cidade. O ilustre dramaturgo aqui viveu algum tempo, freqüentando os nossos homens e observando os nossos costumes.

Já de volta ao Uruguai, Sanchez publicou um opúsculo sob o título de "El Caudillaje Criminal en Sud America" no qual descreve Santana de então.

Entre outras coisas diz o festejado escritor que nossa terra oferecia um desolador aspecto de atrazo e incultura. "Como que abandonada, acrescenta, de la mano de Dios".

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ABOLIÇÃO DA ESCRAVATURA

No Rio Grande do Sul, o gaúcho via no aprisionamento de negros apenas um atentado as leis humanas. E quando eclodiu o movimento revolucionário de 1835, os riograndenses confirmaram plenamente êsse sentimento de igualdade, liberdade e humanidade..Os revolucionários davam aos negros o direito de ciudadania, desde que aderisem a causa e formassem em suas fileiras. Por ocasião da paz que pôs fim a contenda fraticidia depois de dez longos anos, os chefes republicanos não esqueceram o negro que tão bravamente  lutara pela Reublica Piratini, incluindo-se entre clausulas do tratado: "São livres e como tais reconhecidos, os cativos que serviram na revolução".

Depois de uma campanha que empolgou a opinião pública brasileira, a 13 de maio de 1888 a "Lei Aurea" era assinada pela Princesa Isabel como regente do Império e pelo conselheiro João Alfredo como Primeiro Ministro, decretando a completa abolição da escravatura no território do Brasil.

Em Santana, por entre delirante alegria o geral entusiasmo foi recebida a grata nova, sendo logo a seguir organizados diversos festejos.

Por ocasião das comemorações de tão grande vitória Rivera também associouse ao povo santanense. O Sr. Manoel Serón, Inspetor da Intrução Pública de Rivera no día 25 de maio dirigiu ao professorado a seguinte circular: "Celebrando-se amanhã, na vizinha cidade de Santana do Livramento, uma festa pela liberdade dada aos escravos pelo governo do Brasil, esta Inspetoria resolveu que sejam suspensas as aulas nas escolas desta vila, em homenagem ao grande acontecimento que veio romper o último élo da escravatura nos estado livres sul-americanos".

Agradecendo o concurso prestado pelas autoridades o povo de Rivera, aos festejos aqui realizados, a população de Santana, poucos días depois levou a efeito entusiastica manifestação ao coronel José N. Escobar, chefe político da localidade. Ao se retirarem os manifestantes, que eram em grande número, foram acompanhados pelo Cel. Escobar, autoridades e grande parte da população de Rivera até Santana, onde percorreram as principais ruas.

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REVOLUÇÃO DE 1893

Vitorioso o movimento que proclamou a República, derubando o Império, começou para o Brasil um período que haveria de ficar assinalado na história, como uma das mais sangrentas lutas fraticidias. Em Santana do Livramento, o movimento revolucionário estalou 12° Regimento da Guarnição aqui sediado. Os republicanos que haviam assumido o poder em 1889 depois desses sucessos imigraram para Rivera, ficando a cidade em poder dos revoltosos.

Do outro lado da fronteira foi preparada a contra revolução que teve inicio a 19 de junho de 1892 com avitória dos republicanos. Os monarquistas imigraram então para Rivera. A revolução teve inicio em 1893 e durou até 1895, quando tombou heroicamente em Campo Osório o bravo Almirante Luiz Filipe de Saldanha da Gama.

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